Ex-CEO diz que foi demitido por querer tirar vela da Baía da Guanabara na Rio 20

Peter Sowrey foi por cinco meses o chefe-executivo da Federação Internacional de Vela (ISAF). Entre julho e dezembro, foi o responsável por fiscalizar a situação da Baía da Guanabara, que receberá provas dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro neste ano.

No entanto, com o problema da forte poluição, o dirigente sugeriu (e insistiu) que a competição de vela fosse disputada em Búzios, a 160 km da capital fluminense. E foi exatamente essa ideia que o fez ser demitido do cargo em dezembro último, segundo o próprio Peter Sowrey revelou em entrevista à agência Associated Press (AP).

"Foi-me dito para me calar sobre o assunto", afirmou o ex-CEO sobre o "plano B". À época de sua saída, a ISAF comunicou que ele pediu demissão, pois "decidiu ir em busca de outros desafios que combinam com sua carreira".

"A diretoria sentiu que eu estava sendo muito agressivo", afirmou Peter Sowrey. "Eles basicamente me botaram para fora. Eu não me demiti. A diretoria, no final, me disse para sair", contou.

A própria AP fez estudos no ano passado sobre a Baía de Guanabara para detectar o nível de poluição de suas águas e chegou a chamá-la de "esgoto a céu aberto". Mesmo assim, os organizadores da Rio 2016, a prefeitura e o governo estadual mantiveram o local para receber cerca de 1.600 atletas.

Peter Sowrey defendeu-se e afirmou que seu pedido de mudança era "baseado em fatos. "Pelos modelos orientados por dados, nós nunca deveríamos considerar velejar naquela qualidade de água", disparou.

"Eu fiz um plano com Búzios e tentei levar à frente. Eu não podia vencer essa batalha, não internamente na ISAF, e eu não podia vencê-la com os organizadores. Eu fiquei perplexo, pois não havia um plano reserva para a vela. Afinal de contas é apenas velejar, não curar câncer", ironizou o dirigente.

Andy Hunt, que assumiu como novo CEO da federação internacional, admite: "(Guanabara) Não é o ideal. Não estou dizendo que é ideal, mas eu penso que existe uma enorme quantidade de esforços e atenção nisso para garantir a segurança dos atletas. Creio ser difícil dizer se que existe muito mais que possa ser feito".


Fonte: ESPN



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